Gratidão

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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O Diário de Simonton, resumo.

O Diário de Simonton inicia relatando a aborrecida viagem para Baltimores em 5 de novembro de 1852. Nesta cidade, se sentia um estranho. Viu conhecidos de Princeton e ficou satisfeito com tudo que viu na cidade.
Embarcou já tarde e logo escureceu em uma noite agradável. Simonton ficou por um grande tempo no convés e ali encontrou uma ótima hora de meditação. Dormiu e acordou com o sol já nascendo e tudo era muito lindo.
Chegaram a cidade Norfolk e se encontrou com o pastor presbiteriano Gerge W. Armstrong, ali fez um mapa da cidade a fim de desenvolver bem o seu trabalho.
Com a finalidade de fechar assinaturas para periódicos presbiterianos, visitou as casas dos membros da igreja, mas encontrou várias dificuldades em fechar negócios. A seguir Simonton mostra como era a vida e como era a cidade que ele diz já conhecer bem.
Descobriu logo a seguir que o jornal bem como a revista que ele procurava vender, não tinha como circular ali naquela cidade.
Desconfortado e incomodado, viajou em um vagão de trem. Viagem de 11 horas passando por uma paisagem pouco atrativa de pinheiros.
Chegou a Raleigh e a conheceu de ponta a ponta. Nesta cidade, recebeu o convite para ser professor, mas preferiu recusar.
Fez uma longa viagem, mas a companhia era agradável. Cruzou toda Carolina do norte que era um estado muito atrasado e com pouca população e a descrição que se pode fazer deste estado ao observá-lo do alto é: pinheiros.
Em um domingo, no dia 14 de novembro de 1852, pode conhecer uma igreja em Fayetteville. A Igreja era grande e forte.
Simonton disse que ficou um tempo sem escrever no diário e disse que a razão é simples, preferiu ficar em companhia das jovens na casa do sr. Gilchrist. Havia ido e viu uma mulher casada pregar e achou isto uma novidade.
Após isto Simonton viaja das 23 horas até ás 16 horas do dia seguinte até a cidade de Cheraw que era um bonito lugar. Ali, ficou hospedado na casa de um amigo de seminário chamado John T. Coil.
Saiu deste lugar e no meio da mata, encontrou uma ferrovia com o trem esperando os passageiros. Era um lugar estranho para um trem ficar esperando. Para o passageiro tomar o trem, bastava ficar no meio da linha com uma tocha de fogo que o maquinista parava para o passageiro subir, mas alguns garotos, por molecagem, faziam fogos para o trem parar a toa. Chegou ao entroncamento às 8 da manhã para esperar até ás 14 horas o trem que ia para Colúmbia.
Na região sul do país, Simonton relata que a impressão era estranha, pois o povo achava que por ser ele do norte, era um abolicionista. Simonton deixa então Winsboro e segue com atrasos para Colúmbia que era uma cidade bonita com pouco comércio.
A cidade estava cheia e não havia hotéis, mas encontrou pouso em uma pensão agradável. No dia seguinte, foi trabalhar como agente, mas não conseguiu assinantes.
De lá partiu para Augusta que tinha em sua economia a força do algodão.
Em Decatur conheceu um homem que disse que seria uma boa oportunidade abrir uma escola naquela cidade e lá recebeu uma carta pedindo que viajasse para Cartersville.
Simonton teve boa impressão da Georgia e disse que lá encontrou moças bonitas.
Cartersville não passava de um lugar muito pequeno com poucas casas margeando a estrada de ferro. Simonton realmente não estava decidido a ir para aquele lugar para ser professor, pois era um lugar deplorável. No mesmo dia voltou para Atlanta.
O dinheiro a esta altura era curto, mas ainda assim, decidiu ir para o Alabama passando primeiro por La Grange. Iniciaram a viagem a pé desejando dormir em alguma fazenda tudo isto para economizar. Dormiu em uma casa de um casal bastante rude e estranho e seguiram viagem sempre procurando um bom lugar para dar aula.
Nestas viagens viu comerciantes de escravos negros sendo levados para o oeste.
Em La Grange, encontrou uma boa escola feminina e recebeu a informação que no Mississipi era o melhor local de trabalho para professor. Foi Simonton então para West Point. Após sete horas de viagem, chega a Montgomery, logo foram para Marion, mas nada conseguiu como professor.
Após ter deixado Aberdeen, com um pouco de dinheiro emprestado foi em uma viagem cansativa com muitas surpresas até chegar na casa do sr. Morrow e sua senhora. No dia seguinte partiu para Starkville no Mississipi.
Ali ficou por um longo período como professor e como relata Simonton, dias dos mais felizes de sua vida. Foi feliz na escolha, embora tenha encontrado bondade em outro lugar, entendeu estar no lugar providenciado por Deus, pois ali havia comunhão de pensamento e sentimento ao lado de bons amigos, tudo isto, em detrimento das incertezas no início como professor neste local.
Chama a atenção o método empregado por Simonton em incentivar o aluno a aprender com uma competição tentando não ter marcas pretas por cada erro. Neste primeiro ano, Simonton aproveitou um período de férias de uma semana para caçar, ler e visitar garotas.
Em um acampamento, Simonton fez muitas amizades e pode ouvir algumas mensagens bíblicas, embora somente uma delas, ministrada pelo bispo Payne foi boa. Além disto, Simonton tece comentários sobre política e suas atividades sociais como ir a um casamento.
Conversando com um homem irlandês chamado Organ, ouviu o quanto os escravos sofriam e eram surrados em suas costas. Escravidão que para Simonton era de fato um pecado.
Simonton também relata sobre uma namorada do Mississipi. Eles estiveram juntos dois meses e foi um tempo que passou rápido e foram dias muito agradáveis. O namoro com a senhorita Cattie terminou por força de seu pai que tinha preconceito com o povo do Norte.
No dia sete de setembro, dispensou os alunos para ir ao casamento de Bob Montegomery.  Presenciou ali discussões sobre o batismo de escravos e Joe concluiu que deveria o cristão batizar os filhos de escravos sendo responsáveis por eles.
Em conversa com Jamie, Simonton externa em seu diário o desejo de permanecer naquela região do sul. Simonton comenta que no casamento as pessoas beberam a vontade e ainda relata que ficou muito feliz em receber uma carta de sua mãe.
Em outubro de 1853, Simonton escreve que deseja deixar Starkville e pensava abrir uma escola em cidade maior e já fazia quase um ano que havia saído de casa.
A esta altura, o partido Democrata havia ganhado a eleição com muita folga e chegando o último dia de novembro, Simonton entendia que deveria partir, mas seu coração se sentia incomodado pelos laços que fizera com os alunos. Mas com o empenho dos curadores da escola, Simonton acabou decidindo ficar mais um tempo.
Dezembro deste ano, Simonton visita pessoas e relata como aproveitou seu período de férias.
O ano seguinte inicia e Simonton vai presenciar um negocio de escravos e faz duras críticas em seu diário contra a escravidão. Simonton relata inclusive os valores que os negros foram vendidos e como era a reação de alguns deles.
O novo semestre de aula inicia e Simonton se alegra com isto e conta com 16 alunos e passou a dar aulas de álgebra e grego e em 20 de janeiro de 1854, chega a maior idade.
Em fevereiro daquele ano, nasceu uma criança filho do Dr. Carothers que recebeu o prenome Green em homenagem a Simonton.
Simonton ainda relata que deu umas varadas em dois alunos que em seu ponto de vista, mereciam. Os pais da criança ficaram bravos e queriam bater em Simonton, mas não fizeram, pois amigos de Simonton estiveram ao seu lado, bem como os curadores da escola. Após isto, resolve voltar para casa no final do semestre. Retorna para casa e não dá certeza que voltaria a ser professor naquela escola. E após dois anos longe de casa, retorna para o lar e lá aproveita para escrever em seu diário, várias histórias vividas.
Em casa tem boas notícias de Princeton e aproveita para ler e teve momentos com todos os familiares.
Em outubro de 1854, começou a trabalhar em um escritório como escrivão. Teve algumas dificuldades logo no primeiro dia. Passou a estudar a manhã toda e no trabalho estava presente todas as tardes e por isso recebia em torno de 4 dólares por semana. Era pouco, mas estava feliz por aprender a profissão. Estudava alemão e direito e passou a se esforçar por levantar todos os dias bem cedo a fim de estudar.
No fim de dezembro de 1854, Simonton entende que o homem é um ser religioso e refletia sobre as diferenças católicas e protestantes e em 20 de janeiro de 1855, completa 22 anos. A dedicação com estudos de direito continuava e em março deste ano, Simonton relata que passou a ter grande interesse religioso e uma das noites ficou após a reunião ao lado de mais umas vinte pessoas. Entendia que era um passo importante.
Simonton declara que em Princeton foi grandemente motivado e interessado nos aspectos religiosos, mas isto esfriou e agora naquelas reuniões, havia voltado o interesse. Simonton decide então servir a Deus. Não era nada muito encorajador, senão o fato de confiar na Palavra de Deus e em suas promessas, mas Simonton ainda não havia achado Cristo, embora a sua Palavra declare estar ele perto.
No dia 3 de maio de 1855, Simonton é examindado para fazer sua profissão de fé e no domingo dia 6, isto acontece. Ele encara isto com muita seriedade. Ele disse que fez aliança com Deus para ser dele no tempo e na eternidade. Estava de baixo da livre e imerecida Graça de Deus.
Em Junho desse mesmo ano, vai para o seminário de Princeton. Foi um momento singular.
Em Princeton, havia um quarto desagradável, pois era escuro, úmido e vazio e por isso gerava tristeza. Mas sobre os estudos, Simonton não encontra dificuldades. Em 14 de outubro de 1855, ouve um sermão do Dr. Hodge e Simonton fica muito interessado na obra missionário no exterior.
A partir de então, Simonton passa a ter muitos contatos com vários tipos de informações missionária  e do desenvolvimento missionário.
Encerrado o semestre, Simonton se inscreve para ser colportor em Iowa. Foi um tempo de muitas viagens cansativas a cavalo e também de barco.
Após quatro meses, o novo semestre inicia e a ideia de trabalhar como missionário permanece no coração dele por mais de um ano e no dia 25 de novembro de 1858 envia carta à junta de missões apresentado seu desejo e cita o Brasil como campo de seu interesse. Foi então nomeado missionário.
Às 9 horas e 30 minutos do dia 18 de Junho de 1959, Simonton parte rumo ao Brasil deixando os seus queridos em terra firme.
A viagem transcorre em paz. Ele lê, conversa, observa e troca até conversas íntimas com os trabalhadores do navio ouvindo relatos familiares. O hemisfério norte fica para trás no dia 28 de julho do mesmo ano. A viagem foi longa e uma simples e pequena ilha no percurso, serviu de grande admiração para Simonton que há 36 dias não via terra. Era a ilha de Fernando de Noronha. Fez a viagem sem ansiedade para chegar, leu bastante incluindo a metade da obra de Shakespeare.
Em uma noite escura daquela viagem, quase que foram destruídos por outro navio que surgiu inesperadamente, mas passou perto. Simonton aproveitava para estudar a Bíblia com as pessoas do navio e por iniciativa própria, até os marinheiros participavam. No dia 9 de Agosto, uma quinta feira, Simonton via o Pão de Açúcar, mas o vento estava parado. No dia 12 de Agosto, ainda bem cedo, o navio fazia manobras para entrar no porto. A imagem era linda daquele lugar.
Neste mesmo dia, às 14horas e 15 minutos, está junto à escrivaninha de Robert C. Weight com cartas de apresentação. Às 17 horas jantou e conheceu outras pessoas, como a sra Scott, esposa do cônsul.
Simonton relata que no domingo, dirigiu seu primeiro culto aos que estavam a bordo e todo povo o ouviu com atenção.
Simonton relata como foi a comemoração do dia da independência do Brasil e no dia 12 de setembro realizou o segundo culto a bordo do John Adams e isto continua por um tempo e sempre estava em busca de oportunidade e lugar para anunciar o evangelho.
Simonton recusa batizar uma criança, pois sua mãe acreditava que ir para céu era possível tentando imitar Cristo.
A esta altura, uma das grandes lutas de Simonton era aprender o português e havia tido progresso como relata em 2 de dezembro de 1859.
No fim de dezembro de 1859, Simonton recebe um bilhete anônimo, mas entende que havia sido enviado pelo Dr. Kalley. A divergência deles, conforme relato, termina bem. Simonton o procurou e Kalley reconheceu que havia errado.
Véspera do Natal, Simonton relata que a luta de aprender o português continuava e no último dia de 1859, recorda o ano e faz uma retrospectiva positiva de tudo que estava acontecendo e em 3 de janeiro de 1860, fica feliz de ir morar em uma casa onde se falava o português. Simonton se alegra também, pois ao completar 27 anos, recebe uma singela homenagem.
Mudou-se novamente com a expectativa da chegada de Blackford e de sua esposa e as maiores aflições é a falta dos amigos e parentes além da presença do forte calor.
Foi no dia 22 de abril de 1860, que ele realizou uma escola dominical em sua casa, primeiro trabalho em português. Cartas que recebera anunciavam a chegada mais breve de Blackford e um dado alarmente é que a febre amarela estava presente e ouvia relatos de doze a quinze mortes por dia. Outra dificuldade é em relação ao fundo recebido que era pouco para manutenção da casa.
Blackford e sua esposa Lille haviam partido dos Estados Unidos, mas a demora fazia Simonton acreditar que estavam mortos por motivo de algum naufrágio, mas 90 dias após a partida, o navio chegou ao Brasil.
Completara um ano que Simonton estava no Brasil e não havia feito, a partir de sua ótica, muitas coisas senão cuidar de seu preparo e em outubro de 1860, as dificuldades financeiras eram grandes.
Simonton viaja para São Paulo em janeiro de 1861 e prega lá. As Bíblias que aguardavam chegar a Santos não chegaram, então viajam para Sorocaba e ali passa o seu 28º aniversário.
Viaja até Itapetininga em 22 de janeiro de 1961, depois para Itu onde atualiza notícias de seu país e na sequência vai para Campinas.
De volta ao Rio de janeiro, Simonton deu aulas de inglês e português. Tinha o objetivo de aproximar de pessoas brasileiras a fim de convidá-las para estudos bíblicos dominicais.
Simonton relata que realizava cultos aos domingos e às quintas com uma frequência que não aumentou e se manteve em número de 3 a 20 sendo mais comum de 6 a 10. E findo o ano, Simonton tem motivos de gratidão por tudo que havia acontecido.
No dia 12 de Janeiro de 1962, Simonton recebe em profissão de fé as primeiras pessoas, celebra a ceia e organiza a primeira igreja. Simonton muito se alegrou. Completa 29 anos em Praia Grande e logo depois viaja para a sua terra natal.
Os Estados Unidos enfrentavam em uma crise política e no fim de 1862, Simonton passa um agradável Natal na casa da família Murdoch.
Simonton em Janeiro de 1863, substituiu o pastor de uma igreja enquanto vivia a expectativa de decisão foi quando Helen Murdoch decide ser a noiva de Simonton. Eles se casaram em uma quinta-feira no dia 19 de março. Cerimônia simples, linda e marcante. A seguir viajaram para o seminário de Princeton e Helen ficou muito admirada com tudo que viu.
Embarcaram para o Brasil no dia 23 de maio de 1963 e a viagem foi agradável.
No Brasil o trabalho continuava e crescia com maior vigor e Simonton privilegiava morar próximo de onde trabalhava, pois assim se tornava mais acessível a todos e facilitava a ida de Helen aos cultos.
Blackford e sua esposa Lille que era irmã de Simonton, mudam para São Paulo e no Rio de Janeiro, Simonton continua ao lado de Schneider
Inicia o ano de 1864 e a guerra nos Estados Unidos continuava e Helen estava grávida e logo Simonton completa o primeiro ano de casamento e no dia 19 de junho de 1964, Simonton se alegra com o nascimento de sua filha, mas Helen havia sofrido sobremaneira.
O relato no diário de Simonton que se segue, foi o do dia 28 de junho quando diz: “Deus tenha piedade de mim agora, pois águas profundas rolaram sobre mim. Helen está estendida em seu caixão na salinha de entrada. Deus a levou tão de repente que ando como quem sonha”. (SIMONTON, 2002, p. 164)
Simonton vive dias de aflições e o mesmo reconhece estar vivendo dias de solidão lembrando-se de sua esposa e ainda cuidando do pequeno bebê chamada de Helen que foi batizada no dia 31 de julho de 1864.
Completava Simonton 5 anos desde que havia pisado no Brasil pela primeira vez e no dia 26 de novembro, a pequena criança vai morar com a tia em São Paulo.
Simonton diz que a imprensa evangélica tem gerado muita ansiedade e ele tem se preocupado a esta altura sobre o modo de como viver no Rio. Mas entregava seu futuro nas mãos de Deus.
Em Janeiro de 1865, no dia 11, Simonton escreve:

“Na minha própria vida interior, as mudanças operadas por esse ano são indescritíveis. Um ano atrás eu tinha casa na Silva Manuel e nenhum desejo terreno insatisfeito. No meu trabalho e no amoroso companheirismo da querida Helen, eu tinha tudo o que jamais sonhara de contentamento profundo e calmo. Conversávamos sobre os nossos, os amigos na pátria, e dizíamo-nos que não trocaríamos de lugar com nenhum deles. Agora tudo mudou. Deus misteriosamente tomou meu esteio forte. Eu ainda me pergunto por que, sem conseguir responder. Oro pedindo sua graça”. (SIMONTON, 2002, p. 170)

No dia 22 de fevereiro de 1865 viaja para São Paulo, passa por Brotas e no dia 25 de abril encontra sua filha quase andando e muito se alegrou com isto. Outra boa notícia é que a guerra nos Estados Unidos estava prestes a acabar o que de fato acontece pouco depois.
No dia 31 de dezembro de 1866, Simonton registra que havia combinado com o sr. Conceição que ele preparará uma publicação a defesa de suas razões para abandonar a igreja romana.
Simonton tinha muito trabalho e era incansável em sua luta e sempre que podia estava com sua filha.
E em sua avaliação do ano de 1866, Simonton faz algumas considerações políticas e religiosas de âmbito mundial e conclui que não havia feito tão bem quanto gostaria. Estava incomodado pelo fato das atividades que eram muitas, impedir muitas vezes de estar em comunhão íntima com Deus.



Referência Bibliográfica.

SIMONTON, Ashbel Green. O Diário de Simonton. São Paulo: Editora Cultura Cristã. Tradução de Daisy Ribeiro de Moraes Barros. 2002. 2ª ed.

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