Gratidão

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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O Conforto do Conservadorismo. resumo.

“O mero tradicionalismo é uma coisa que mata”, assim está registrado logo no início do texto de Parker. A obra busca ainda no início, apresentar uma compreensão do tema proposto que é “o conforto do conservadorismo”. Iniciando pela expressão conforto o autor vai dizer que existe o significado das Escrituras com sentido de fortalecer ou mesmo revigorar as forças. Há ainda o sentido de fazer as pessoas se sentirem melhores. Este segundo é chamado de conforto almofada, mas este pode em longo prazo e até mesmo em curto prazo, em vez de fortalecer, irritar.
Assim, o autor diz que conservadorismo também tem dois significados: criativo que é revolucionário e inteligente, já o segundo é turrão, obstinado, cego e está preso ao passado. Se não conhecer a base do conservadorismo, a compreensão será errada e concluirá como se fosse um movimento separatista e alienado.
Para o conservadorismo criativo, a utilização da tradição, não a tem como recurso final e portanto, como autoridade absoluta, mas é um recurso importante que auxilia à compreensão das Escrituras.
Um pouco adiante, o autor trabalha a questão da imposição da tradição. Ele faz uma dura crítica a este tipo de tradicionalismo o chama de “tradicionalismo tirano”.
Discutindo a natureza da tradição cristã, o autor volta a lembrar que o tradicionalismo tem o significado de conservadorismo e ainda lembra que existe a tradição cega e cegadora, mas existe a tradição sábia e esclarecedora.
É pertinente lembrar que “a tradição caracteriza as comunidades”: ao dizer isto, autor lembra que não tem como haver uma comunidade sem suas tradições, pois ninguém pode dizer que está livre de tradição. Isto não pode ser negado, pois a tradição da igreja é passada através de pronunciamentos eclesiásticos oficiais, cânticos, catequese, pregação, ensino, etc. Assim, o problema não são as tradições e nem se quer é problema ter ou não tradição, o grande problema é se as nossas tradições estiverem em desacordo com a Bíblia, pois as Escrituras são o padrão absoluto.
As tradições existentes hoje iniciaram com atos contemporâneos de “exegese, exposição e aplicação das verdades bíblicas”. Diante disto, deve-se considerar que as tradições podem ser parcialmente certas e parcialmente erradas, pois desde o início da igreja cristã, o pecado já estava presente. Mas a Igreja Católica e a Ortodoxa dizem que certas partes da tradição são infalíveis, já o protestantismo nega infalibilidade da tradição e afirma infalível apenas as Escrituras. Assim, a última palavra é das Escrituras.
Os cristãos tanto podem se beneficiar como também podem ser vítimas da tradição. Beneficiados ao ver a atuação de Deus que é fiel nas gerações bem como as verdades que foram por eles recebidas. Mas é vítima, pois corre o risco de assimilar tudo como algo bom, mesmo não sendo e nem estado em conformidade com a Bíblia. Reter tudo, pelo simples fato de ter se tornado tradicional. O que se deve fazer é questionar a própria tradição para reter de fato o que e certo.
As tradições seculares se opõem as tradições cristãs. Justamente por esta razão, é que a igreja precisa sempre se reformar para que a igreja cristã possa manter firme o ensino da Palavra de Deus. É viver constantemente em uma batalha de tradição em prol do que é essencial e correto.
Existe uma vantagem na tradição cristã e os evangélicos deixam de desfrutar desta vantagem. O autor apresenta então quatro vantagens da tradição cristã: 1 – Raízes - ao conhecer a tradição cristã, pois pode-se conhecer as raízes e isto é de suma importância. Conhecer as raízes é apreciar a família da fé que nós fazemos parte. 2 – Realismo - ao conhecer a tradição, pode-se conhecer a realidade do passado e isto ajuda-nos hoje. 3 – Recursos - os recursos são ampliados, pois ganham mais sabedoria vendo do passado. O fato é que cada época, o foco de análise bíblica é diferente, com isto, pode-se aprofundar em aspectos pouco refletidos hoje. 4 – Lembretes - quando se conhece a tradição, recebe-se lembretes históricos importantes. O que foi vivido no passado, pode nortear a vida hoje para não agir erradamente como foi em alguns casos no passado.
O autor agora se dedica em falar do conservadorismo tirano e o mesmo dá o nome deste bloco de “o abuso da tradição cristã”. Temos aqui, conforme diz o autor, um diagnóstico do que parece estar errado. O desejo do autor é que cada um faça o julgamento, sendo assim, ele não está preocupado em apontar o errado, mas o erro. A obra mostra alguns verdadeiros absurdos que a tirania da tradição pode gerar, como no caso de nomear somente uma tradução como texto bíblico chegando ao ponto de acreditar que se o vocábulo for diferente, não é texto bíblico. O final disto é que esta tradição é uma verdadeira mistura completamente fora de lógica e acaba gerando homens com grandes poderem em suas mãos. Infelizmente, estes estão buscando a segurança nas estruturas imutáveis da igreja e não no relacionamento imutável com Deus através de Cristo.
Caminhando para o final do texto, Parker trabalha o lado criativo do conservadorismo e a tradição cristã. Ele diz que é sair do diagnóstico para a cura e se tem por aliviado neste ponto. O conservadorismo criativo não utiliza da tradição como autoridade final ou absoluta, mas como recurso importante do Deus providente para nós. Por isso, as igrejas evangélicas precisam entender isto e usar este conservadorismo criativo. Para buscar este conservadorismo criativo é preciso: ter honestidade na auto-crítica, ou seja, fazer um exame crítico na própria vida.  Requer humildade no juízo particular, lembrar que os reformadores ensinaram o julgamento particular, mostrando que ninguém pode tomar sua fé de segunda mão, mas estar submisso às Escrituras a fim de verificar se as coisas são como ensinadas. E ainda a integridade na ação moral. A Bíblia é o padrão para formar a integridade moral.


PARKER, J.I. O Conforto do Conservadorismo. In Religião de Poder. Vários autores. São Paulo: Cultura Cristã. 288 pg (p. 231-243)

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